Você gosta de festa junina? Quem não ama essa época do ano? É tempo de quentão, vinho quente e comidinhas gostosas. Aquele cheiro de quermesse no ar, as crianças vestidas de caipirinha e forró tocando de fundo… É tudo mágico! Mas você sabe de onde vem essa festa?
Muita gente pensa que a festa junina é exclusiva da Igreja Católica, mas não é bem assim. As festas juninas têm origens muito antigas e são celebrações que ocorreram em várias culturas ao redor do mundo. Sabia que elas também têm destaque em lugares como Dinamarca, Suécia e mesmo na Irlanda? E sim, muitas vezes se respira mais diversidade fora do Brasil nas comemorações. Mas, cá entre nós, as delícias juninas do Brasil, como pausa pra comer pé-de-moleque e canjica, são incomparáveis!
As fogueiras são um dos principais símbolos das festas juninas. E essas fogueiras trazem uma origem que remonta a rituais de antiga tradição pagã. Desde os tempos dos astecas e celtas até os romanos e hindus, celebrava-se fogueiras em festas sagradas. Na antiguidade, acendiam-se os chamados “fogos novos” nessas celebrações, que estavam muito ligadas ao Sol e a ciclos de renovação da vida, como colheitas e o cio dos animais.
Os fogos são parte da tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Assim como a árvore de Natal, que se originou de tradições pagãs, as fogueiras também foram adaptadas e se tornaram um símbolo da festa de São João, um santo celebrado em 24 de junho.
Falar de fogo e festa junina é lembrar que esse elemento não é só uma decoração, mas um ritual antigo. Na cultura celta, por exemplo, 21 de junho é o dia mais longo do ano, aniversário do Sol. É uma época em que muitos acreditam que o mundo espiritual fica mais próximo. A ideia é que criaturas mágicas, como fadas e duendes, podem aparecer mais facilmente!
E tem mais! Registros indicam que, em locais como a Atlântida, já se faziam celebrações em data semelhante, provavelmente relacionadas ao sol. Esses rituais de antigamente envolviam grandes fogueiras e danças ao redor do fogo, simbolizando a esperança pelo retorno da luz solar e renovação da vida.
Agora, avançando um pouco na história, é interessante saber que muitos povos antigos acreditavam que os dias mais longos de junho abriam “portais” espirituais. Nos mitos gregos, essas passagens eram chamadas de portais mágicos. De acordo com essas tradições, o solstício de verão era como um “Portal dos Homens”, enquanto o de inverno era o “Portal dos Deuses”.
Essas culturas acreditavam que eventos naturais, como os equinócios, eram intensas concentrações de energia do sol. Os incas, por exemplo, celebravam o Inti-Raymi em 24 de junho, prestando homenagem ao deus Sol. Eles pediam proteção e calor à sua divindade, fazendo rituais e danças durante essas celebrações.
As fogueiras, portanto, estão ligadas não só à purificação, mas também à renovação e fertilidade. Nos rituais celtas, por exemplo, as pessoas pulavam entre as fogueiras como um ato de purificação, e isso se incorporou à festa junina.
Falando em pular fogueira, essa é uma tradição que faz parte da festa desde os tempos antigos. A brincadeira de “pular a fogueira” vem da tradição celta, onde casais saltavam juntos por sobre as chamas. Isso era um ato simbólico e abençoado.
E quanto aos casamentos nas festas juninas? Essa tradição também é histórica, com raízes na celebração pagã do Beltane, onde festivais de fertilidade aconteciam. A ideia de um casamento fictício, com noivo e noiva dançando no meio da festa, surgiu como uma lembrança dessas antigas celebrações, que enfatizavam a união e a fertilidade. Hoje, esse momento na festa é uma grande diversão, mas até o século XX esses casamentos eram considerados eventos sérios.
Outro símbolo forte que permanece na festa é o mastro de fitas. Essa tradição também vem do Beltane e envolve um mastro enfeitado com fitas de várias cores, cada uma simbolizando um desejo. As pessoas dançam ao redor do mastro, trançando suas fitas, e isso representa a tecelagem do próprio destino.
Agora, vamos falar sobre a quadrilha. Sem dúvida, uma festa junina sem quadrilha não é uma festa. A dança veio da Europa e foi incorporada à celebração após a cristianização. Originária do século XIII, a quadrilha começou entre os camponeses. Com o tempo, ganhou elegância e chegou às mansões francesas, onde passou a ser chamada de contradança. Eventualmente, chegou ao Brasil e passou por adaptações.
As festas juninas brasileiras incorporaram elementos nacionais, como a sanfona e pratos típicos. Cada região do Brasil traz uma diversidade incrível nas tradições e na comida. É mesmo uma festa cheia de sabor!
Fora do Brasil, cada país tem suas formas de celebrar as festanças. Na Polônia, por exemplo, as pessoas vestem fantasias e comemoram com vodca. Na Rússia, flores são lançadas nos rios, e na Suécia, as festas juninas são até mais importantes que o Natal!Em Portugal, são chamadas de Festa dos Santos Populares e têm suas peculiaridades.
Contar sobre festas juninas é lembrar de tantas memórias afetivas. Cada ano, essa celebração reune amigos, família e a comunidade em torno da comida, música e dança. E, mesmo com todas essas informações legais sobre as origens, o que mais importa é o calor humano e a alegria compartilhada nessas festas.
Assim, a cada quadrilha dançada, fogueira acesa e pratos típicos saboreados, celebramos uma parte importante da cultura e da história do nosso povo. Para encerrar, vale a reflexão: cada um tem suas lembranças e histórias sobre as festas juninas. Já participou de uma festa junina em outro país? Como foi a experiência? Compartilhe suas memórias!