sexta-feira, junho 6

O Brasil viu mais uma tragédia relacionada ao uso do PMMA em procedimentos estéticos. Uma modelo e influenciadora digital de 33 anos, chamada Aline Ferreira, perdeu a vida após um procedimento para aumentar os glúteos. Aline fez a aplicação no dia 23 de junho e, no dia seguinte, começou a sentir febre. Sua situação foi piorando e ela foi ao hospital no dia 27. Infelizmente, Aline faleceu no dia 2 de julho. Vamos entender melhor os riscos envolvidos.

O que é o PMMA?

PMMA, que significa polimetilmetacrilato, é um material sintético. Especialistas, como a Dra. Patrícia Marques, cirurgiã plástica, afirmam que o uso do PMMA deve ser limitado e feito em pequenas quantidades. No Brasil, esse produto precisa ter o registro da Anvisa, devido ao seu alto risco à saúde. Apesar disso, muitas mulheres ainda optam por ele por causa dos resultados rápidos.

Esse material é composto por microesferas similares ao acrílico. Após ser injetado, o PMMA se espalha pelo tecido da pele. A Dra. Patrícia alerta que, embora o PMMA não seja absorvido pelo corpo, ele pode provocar reações inesperadas a longo prazo. Isso acontece porque o material pode endurecer na área aplicada, trazendo complicações sérias, como infecções persistentes e deformidades.

Uma das características mais preocupantes do PMMA é que, depois de injetado, seu espalhamento pelo corpo torna a remoção muito complicada. Isso é diferente do que acontece com próteses de silicone ou ácido hialurônico, que podem ser retirados com mais segurança e facilidade quando necessário.

Alternativas ao uso do PMMA

A Dra. Patrícia também menciona a bioplastia, um procedimento não cirúrgico que, assim como o PMMA, utiliza substâncias de preenchimento para moldar diferentes partes do corpo. No entanto, essa técnica pode não ser a mais segura para dar volume em qualquer área.

As recomendações são para usar próteses de silicone ou procedimentos como a lipoenxertia, onde a gordura do próprio corpo é transferida para áreas que precisam de mais volume. É importante destacar que o PMMA não deve ser visto como uma alternativa ao silicone, principalmente em áreas como os glúteos, onde a quantidade requerida é muito maior do que em um simples preenchimento.

Importância de um profissional qualificado

Para garantir a segurança na aplicação do PMMA, a Anvisa indica que apenas profissionais treinados devem administrar o produto. Cada paciente deve ser avaliado individualmente por um médico, que vai decidir as doses e o número de injeções necessárias com base nas características pessoais.

A Anvisa também afirma que, embora o PMMA não tenha contraindicações para aplicações nos glúteos em casos de correção, não é indicado para aumento de volume. É sempre aconselhável procurar um médico devidamente credenciado para discutir a aplicação e obter orientações profissionais.

Conhecendo os riscos

O caso trágico de Aline Ferreira faz alerta sobre a necessidade de discutir abertamente os riscos do PMMA. Muitas pessoas buscam esses procedimentos em busca de um padrão estético que pode trazer sérios problemas à saúde. Infelizmente, as consequências podem ser fatais, como demonstrado neste caso.

Ainda vale lembrar que os procedimentos estéticos devem sempre ser realizados com cautela e consciência. Antes de decidir por qualquer tipo de intervenção, é fundamental entender os riscos e buscar informações detalhadas. Conversar com médicos especializados e verificar suas credenciais é essencial para evitar situações como a que ocorreu com Aline.

O futuro da estética segura

À medida que a indústria da beleza continua a crescer no Brasil, é crucial que as pessoas estejam cientes dos perigos de certos procedimentos estéticos. A conscientização e educação sobre produtos como o PMMA são essenciais para prevenir acidentes e tragédias.

Além disso, a regulamentação e fiscalização dos procedimentos estéticos devem ser prioridades. Assim, os profissionais de saúde devem seguir normas rigorosas, garantindo a saúde e a segurança dos pacientes. Investir em formação e atualização profissional é um passo importante para evitar fatalidades e garantir que os procedimentos sejam realizados de forma ética e responsável.

Reflexão final

Os riscos envolvidos na utilização de substâncias como o PMMA são alarmantes e não podem ser negligenciados. Histórias como a de Aline Ferreira nos fazem refletir sobre a busca pela beleza e os limites que estamos dispostos a ultrapassar. A consciência e a informação devem ser nossas aliadas na hora de decidir por tratamentos estéticos.

Saber onde e com quem estamos nos tratando é fundamental. Um cuidado rigoroso na escolha do profissional que realizará o procedimento pode salvar vidas e evitar complicações. Por isso, a responsabilidade deve ser compartilhada entre pacientes e profissionais da saúde, sempre priorizando a saúde acima da estética.